jeudi 20 septembre 2007

Roubado no primeiro mundo !

Como costumo dizer, Paris foi feita para se andar de bicicleta. As ciclovias estão por toda cidade e é muito seguro dividir os espaços das ruas com os motoristas, que quando nos vêem, até se afastam em sinal de precaução. Também não tem subidas e pedalar fica mais facil. E o melhor de tudo é poder contemplar cada lugar com tranquilidade, parar nos monumentos, sentir o clima da cidade e ver as pessoas.

Se você vier a Paris e tiver um pouquinho de disposição, alugue uma bike e saia pedalando. Vai ter um momento diferente para lembrar e contar e vai sentir muito mais o clima da cidade, diferente de muitos viajantes que andam entre uma atração e outra debaixo da terra, pelo metrô, saindo dos buracos exatamente onde os guias de viagem determinam (o que não deixa de ser legal, mas…).

Minha bike, adquiri numa feira de objetos usados que acontece no bairro uma vez por ano. Paguei €20.00. Vou com ela para toda parte. Eh como aquelas bicicletas de praia sabem ? Com guidão grandão e com quadro arredondado. Estes dias uma velhinha elogiou ela e disse que ela era uma bela bicicleta. O legal é que ao lado dela estava a da Pri, novinha em folha, com farol, busina de sininho e comprada num grande magazine de esportes por €160,00.

Semana passada, fomos passear pela cidade e deixamos nossas bikes na estação de metrô mais perto de nossa casa, amarradas apenas com um cadeado. Eu nunca fui roubado no Brasil, e por aqui ando muito tranquilo apesar de ouvir varias historias de gente que ja foi vitima de furtos. A diferença aqui é que quase sempre somos roubados sem ver (nada de armas na cara), as escondidas e neste dia fatidico, eu, ileso durante 29 anos de Brasil guerra civil, fui vitima de um furto logo aqui no primeiro mundo !!!! Incroyable !!!!

Quando chegamos no estacionamento de bicicletas, onde estava a comprada 20 dias antes na grande loja Decathlon ? Sumiu ! Ao lado do cadeado estourado, estava apenas a minha velhinha. Na nova, passaram a mão.
Indignados, falamos com os funcionarios do metro, que trabalhavam ali perto: vocês não tem camera por aqui ? Roubaram minha bike. Todos foram unânimes em dizer que não tinham nada e ao mesmo tempo isentar o metrô de qualquer culpa. Aqui, onde ninguém faz uma virgula além da obrigação, nem aqui nem na China que dariam qualquer tipo de contribuição.

A noite, fomos a delegacia fazer o porte plante, no Brasil, nosso famoso B.O. Fomos desacreditados, ja que estamos acostumados a total condição de abandono e ineficiência de nossa policia investigativa na terra natal, sem contar o clima insalubre e o mal atendimento (salvo exceções é claro).

Aqui, a delegacia se chama Commissariat e chegamos la umas 23hs da noite. O ambiente lembrava um pouco o da delegacia perto de minha casa no Brasil. Paredes azulejadas, aqueles cartazes de serviços publicos, pessoas desaparecidas, vasos de plantas solitarios, balcões desbotados e aquela coisa toda. Outra semelhança foi a forma como se fez o « boletim », mesmissimo procedimento. Primeiro escreveram, depois leram pra gente. Devido ao valor do objeto, para falar a verdade, cagaram e andaram para o nosso caso. Mas vamos combinar que é apenas uma bicicleta e definitivamente eles tem coisas mais prioritarias para cuidar. De qualquer forma, uma coisa foi legal : o atendimento rapido e a preocupação em fazer o trabalho logo. Também foram educados, tenho que concordar, porém, despreocupados.

No entanto, dois dias depois nosso telefone toca. Era uma policial de um outro distrito ligando para dizer que haviam recuperado nossa bike. Nem acreditamos. A descrição era a mesma e ficamos muito felizes com a noticia. Os autores do crime foram presos. Três garotos flagrados tentando roubar mais uma bicicleta numa outra estação de metro, mas eles ja estavam cada um com uma bike e uma delas calhou de ser a nossa. Vantagens de um sistema integrado.

No dia seguinte fomos a loja, desta vez para comprar cadeados mais fortes e dificeis de romper. Nosso maior lazer em Paris estava de novo garantido.
Maravilha!!!

Bisus.

mercredi 19 septembre 2007

Rugby - Paixão Nacional



Começou no dia 07 de setembro o campeonato mundial de Rugby aqui na França. Para os franceses, em termos de evento internacional, trata-se do 3° mais importante atras apenas da copa do mundo (1°) e olimpiadas(2°).


Aqui é para muitos o esporte mais amado ganhando até do futebol, mas ha controvérsias e os dois esportes são muito praticados (futebol na periferia, Rugby para classe média e alta).

Quando estava no Brasil e via flashs de partidas em noticiarios esportivos, sempre achava um esporte meio maluco com jogadores sujos de lama sendo erguidos nas alturas, hora chutando a bola, hora correndo com ela nas mãos. Diferentes do futebol americano, que conhecia pelos filmes de holyhood o Rugby não tem aquelas roupas protetoras o que acaba tornando-o um esporte de contato fisico intenso e dificil de acreditar que possua regras, mas eles as tem e principalmente, possuem valores e tradições que engrandecem seus atletas.

Apesar dos solavancos, tombos homéricos, montinhos de brutamontes, costuma-se dizer no meio esportivo, que dentro de campo, ha um so time que quando inicia-se a partida divide-se em dois. Por mais esquentados que os animos fiquem, ao final do jogo, todos se reunem para tomar cerveja. Este é o espirito.

Se você assisitir uma partida de Rugby, com certeza vai gostar. Particularmente acho muito mais emocionante que o nosso futebol. A raça que tem que haver em campo é fundamental, não ha tempo para arrumar a meia na chuteira, vacilou é atropelado. Depois os lances disputadissimos que ocorrem o tempo inteiro, as jogadas de habilidade, as arrancadas, o espirito de equipe.
O Rugby surgiu em 1823, quando um britanico no meio de uma pelada de futebol, cansou de chutar a bola com os pés, pegou-a com as mãos e saiu correndo feito louco (devia estar bebado). Até levaram a modalidade para o Brasil no final do mesmo século, mas infelizmente não vingou. Na Argentina e Uruguai ele é bastante praticado. Inclusive a Argentina desbancou a França na partida de abertura do campeonato o que abalou toda a nação.

Se o Brasil é referência em Futebol, no Rugby quem domina são os All Blacks, apelido da seleçao da Nova Zelandia. O que mais chama a atenção neles além do historico de vitorias é a Haka Dance que eles fazem antes de toda partida como se fosse uma dança da guerra.
A impressão que se tem quando se assisti uma partida de Rugby é a de se estar vendo uma guerra da idade média ou um duelo de gladiadores. Nos tempos de politicamente correto que vivemos hoje, acho que é uma oportunidade da gente estravazar um pouco a vontade de guerrear com paises vizinhos, mesmo que da poltrona de casa.

Vale a pena assistir e se você tem braços como pernas e pernas como arvores vale a pena investir na carreira rs.

Au revoir.


jeudi 6 septembre 2007

Visitando o Val de Loire

Este sabado conheci uma das regiões mais visitadas da França. Um conglomerado de pequenas cidades, muito acolhedoras e na maioria com população entre 1000 e 2000 habitantes e que possuem como principal atração turistica e principal fonte de receita, os seus Castelos. Chama-se Vale da Lua (Val du Loire). Contei no guia 290 Castelos espalhados por toda região e se alguém te falar que conhece o Val de loire na verdade o que conhece são algumas cidades deste pedaço da França . Eh como quando ouvimos alguém dizer que conhece o Rio de Janeiro. O sujeito pode conhecer Ipanema, Leblon e copacabana mas nunca passou perto de Buzios, Angra ou Parati e nunca ouviu falar de Grumari.
No Val de Loire tem muito lugar para se conhecer e como eu tinha apenas um dia, tivemos que escolher 3 destinos apos recomendações de franceses que conhecem melhor a região. O responsavel pela logistica de transporte foi o Claudio que pegou as indicações e alugou o carro, um Toyota Yaris por €22,00 dia. Levou com ele a Fabi, sua namorada, e o Beto, seu sogro, que troxe um GPS que nos fez passear pelo Vale como se estivessemos no quintal de casa. Eu e a Pri ficamos com a parte mais facil, admirar. Bem tranquilos com relação as direções que tinhamos que pegar, so nos restou apreciar a paisagem da estrada e partir direção as três escolhas feitas : Chambord, Villandry e Chenonceau.
Chambord chama a atenção pelo seu tamanho pois é o maior castelo de todos e tem também o titulo de patrimonio mundial da Unesco. Além da visitação as centenas de comodos da construção o lugar também oferece shows equestres durante o dia. A noite, acontece um show de luzes que são projetadas sobre as peredes do castelo, onde vemos a rotina do castelo na época em que era habitado. Os caçadores, a corte, as festas e habitos diversos, tudo com projeções holograficas e de grandes refletores acompanhados por sons que fazem a imaginação trabalhar. Debaixo de uma noite estrelada, foi muito legal.
Villandry chama a atenção por seus jandins, lindos e incriveis. A Fabi, que fez arquitetura no Brasil, se lembrou do tempo da faculdade pois estudou o lugar na matéria de paisagismo. Realmente muito bonito e tinha como contribuição ao mosaico de cores, todo tipo de plantas, flores, verduras e legumes. Agente pensa que um castelo existe a anos, intocavel, protegido. Na verdade, muitos foram destruidos e suas pedras usadas para fazer outras fortalezas e outros, como o de Villandry, foram destruido parcialmente e tem alguns remendos be descarados em sua arquitetura posuindo verdadeiros « puxadinhos » (piada do Claudio) no seu visual. Mas como disse, o show de Villandry esta nos seus jardins.
Chenonceau foi na opinião de todos o lugar mais bonito. Este castelo, além de ter um belo jardim e uma grande região florestal, com alamedas largas e circundadas de arvores gigantes tem a peculiaridade e engenhosidade arquitetônica de ter sido construido sobre um rio. A beleza da agua incansavelmente sempre em movimento passando ali, debaixo da construção, o tempo todo e a tanto tempo, como o proprio tempo, interagindo com aquele castelo, uma construção tão antiga e carregada de historia. A resitência da construção a força da natureza e toda natureza a sua volta nos levam a um clima de deslumbramento e meditação quase que automaticamente. Passeamos adentro e vimos sua cozinha e como trabalhavam antigamente, seus quartos e mobilia seculares. Fotos da primeira guerra mundial, quando feridos em combate foram tratados ali. No ultimo andar uma exposição de arte moderna. A imaginação e os sentidos do visitante se encantam o tempo inteiro, é….inesquecivel, e nossa lembrança, confirma com o que os construtores escreveram sob a porta da sala de armas "Se eu conseguir construir Chenonceau, lembrar-se-ão de mim". Acertaram a previsão!
Como uma imagem vale mais que mil palavras, coloquei umas fotos abaixo.
Acessem também, os sites dos chateaux.

CHENONCEAU
http://www.chenonceau.com/media/fr/index_fr.php

VILLANDRY

http://www.chateauvillandry.com/

CHAMBORD